segunda-feira, 26 de novembro de 2012

CORRENTES ABSTRATAS


Meu Senhor, quanta coisa acontece aqui

E a paz que ensinou para nós

Já não tem lugar

E a vida faz um tempo que está ameaçada

Liberdade não serve de nada

As correntes abstratas nos prendem aqui

 

Por que não falar do que está errado?

A sociedade já sofre um bocado

Com aquilo que ela mesmo plantou      

Agora não corro, mas meu grito não quer mais calar

Sou criação e quero respirar

Sentir teu amor, teu calor, sua redenção

 

Meu Deus, o horizonte eu quero alcançar

Da vida, um rumo tomar, resgatar seu valor

Meu Deus, como águia eu quero voar

E ao longe poder avistar um mundo melhor pra nós

 

Por que não falar do que está errado?

Os sonhos de um abandonado

Que a sociedade fez questão de excluir

Agora não corro, mas meu grito não quer mais calar

Sou criação e quero respirar

Sentir teu amor, teu calor, sua redenção

 

SUPERAÇÃO


Olhos marcados, demonstrando a dor

A dor de quem já não sabe aonde ir

Um abraço apertado, um coração a pulsar

Sinto tristeza. Qual a decepção?

Já não podes chorar, o mundo precisa de ti

Já não podes chorar...

 

A vida exige de nós tomada de decisão

Se for sim ou não, segue o teu coração

Pois é nele que Deus vai falar

No silêncio Ele quer te Encontrar

Já não podes chorar, o mundo precisa de ti

Já não podes chorar...

 

Tua fé em Deus te conduzirá

Força dos céus resplandecerá 

e aquilo que um dia te jogou no chão

Fará de você sinal de superação

 

Nas noites acordadas Deus ouviu teu clamor

Pois eu sei que tua vida é sinal de labor

Escreve um capítulo novo pra ti

Dá sentido pro que realmente é bom


 

 

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Do Teu lado

Tenho medo de um dia acordar e
De ter a certeza que o dia não é meu
Olho um jovem sem alguma esperança
De ver o seu sonho se realizar

Lembro de quando criança não tinha
sequer bem um sonho pra seguir
Nem imaginava poder ter o Senhor do meu lado
Quando o mundo me fizesse chorar

Oh, Meu Senhor, como posso pagar
por aquela dor que por mim passou
Cristo Jesus, Hoje sou mensageiro do Teu Amor
do Teu Amor


CORPO CIRANDEIRO

Quando chega o mês de Junho a fogueira incendeia meu amor
Pois começa a euforia popular
Da minha veia corre um sangue encantado e alegre ao calor
Do meu corpo cirandeiro e que dança sem cessar

O suor pinga no chão, o meu corpo não aceita mais parar
A cultura que envolve gente de todo lugar
Chega e dança cirandeiro, abrilhanta o nosso festival
Que a Paixão de Cirandeiro é teu sonho imortal

Dança, cirandeiro, fonte de alegria e paz
Gingando assim, cirandeiro nenhum faz (2x)

A idiotice do homem

Quando estamos em voltas de sentimentos tomamos atitudes descontroladas, perdemos as nossas razões e esperamos ser compreendidos ou perdoados. O fato é que nosso lado emotivo assume comando e aquilo que você pensa ou pensou em outro momento vem à tona, sufocando qualquer outra coisa que pudesse justificar um outro lado da moeda.
Não adianta terapia, fazer silêncio, engolir as situações à seco, pois quando os sentimentos vêm, não quer saber por onde vai entrar, se é pela porta, pela janela, vai destruindo tudo que em um outro momento existia, dando novos significados.
É assim num relacionamento. Os sentimentos estão sempre afloirados para o bem ou para o mal.
É preciso ter calma, respirar fundo e tentar ao máximo a pessoa com quem deseja ficar. Nunca o mal pode prevalecer diante das coisas boas em que se viveu. Há uma passagem bíblica que reforça bem estas ultimas palavras de 1 Pe 3, 17: "É melhor sofrer por fazer o bem, se for da vontade de Deus, do que por fazer o mal."
Força e coragem, a dor sempre passa...

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

José, paI do Filho de Deus

Admirar um homem justo e leal
Ter sua fé como exemplo de Amor
Um traço forte marcado a fogo
E no peito a coragem de ser consagrado a Deus

Talvez saibas, mesmo que a dúvida venha lhe perturbar
O Espírito Santo lhe esclarecerá
Criar e proteger o Filho do Pai
Ensiná-lo a ser um homem capaz
De testemunhar a história desta família feliz
Então, o que me diz?

José, santo trabalhador, por ser justo aos olhos de Deus
Fez de todos filhos seu, de todos nós filhos seu
José, hoje rogo proteção aos irmãos que ainda não
Lhe aceitam como pai, lhe aceitam com pai.

Dai-nos fé pra enxergar nossos irmãos
Reconheço tua grandeza diante de Deus
Abriu mãos de seus sonhos e sem medo
Seguiu seu destino, seguiu seu destino

Fortalece a fé de quem hoje não sabe aonde está
Interceda por nós junto a Cristo Jesus
Pai do Filho de Deus, lhe ensinou a falar
Ensinou a andar, a louvar e a orar
Teu carinho por Cristo, por filho o adotou
Pai do "Deus é Amor".

domingo, 11 de novembro de 2012

Um mundo novo de Paz

Sempre em Ti esperei
Passo à passo te segui
Em Teu colo seguro estarei
Minha fé em Ti professei

Mãe, até quando terei que aguentar
Aos fatos, revistas e jornais
O crédito ao mal propagado
O mal julgo de um sujo escolhido por nós

 Nossa Senhora, nos faça crer que podemos este mundo mudar
E que o amanhã é direito, um sonho perfeito se concretizar
Sentir liberdade por onde andar, confiar em Deus, Criador do Amor
Minha Mãe, me conduza em teu Colo, rogo a ti o meu clamor

Nos leve ao mundo de Paz, um caminho novo de Paz

O Sol é pra todos, no entanto, 
muitos já o deixaram de ver
A criança herdeira da margem 
É o mesmo jovem frustrado a roubar

Jogado num mundo de vida e morte
Talves o veremos adulto ou não
Pois a Paz é herança, o homem justo em busca
Cabe a nós o destino de um sim

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Minha Experiência em Madrid na JMJ 2011


Certa vez haviam me falado que participar da Jornada Mundial da Juventude seria uma loucura. Só que nossa condição humana e até mesmo de fé dificilmente acredita de primeira mão naquilo que nos falam. Lembro de uma frase bem pertinente ao que vou falar dita pelo discípulo São Tomé e que ganhou novos valores nos provérbios populares: “Só acredito se eu ver!”.
De 16 a 21 de agosto aconteceu em Madri, capital da Espanha, a Jornada Mundial da Juventude, um encontro convocado pelo nosso Pontífice Bento XVI que tinha como tema “Enraizados e edificados em Cristo, firmes na Fé” (1 Col 2,7). A Inspetoria São Domingos Sávio, motivada por três grupos (Ji-Paraná, Manicoré e Manaus) se preparou aproximadamente durante um ano com catequeses, formações, retiros e diversos eventos (na busca de recursos) para viver intensamente este encontro, não só com o Papa, mas com os jovens do mundo todo (mais de dois milhões, segundo jornais locais).
Nós, peregrinos de Manaus, viajamos rumo a Madri no dia 15 de agosto chegando ao aeroporto de Barajas às 18h do dia 16 e, logo de “cara” nos deparamos com jovens de outras nações que chegavam e andavam com toda a euforia de um encontro com Deus. Não pudemos participar da celebração de abertura na Praça Cibeles, presidida pelo cardeal arcebispo de Madri. Durante a Jornada, ficamos alojados em 03 salas de aula no Colégio Maria Auxiliadora das Salesianas. Junto com os grupos de Ji-Paraná e de Manicoré passamos nossas curtas noites dormindo em sacos de dormir, vendo o sol se pôr às 21:30h e os banhos coletivos em banheiros improvisados na quadra esportiva com diversos chuveiros, sem divisória e uma água extremamente fria quase transformando-se em gelo, a mesma com a qual que enchíamos nossas garrafas d’água.
No dia 17, participamos da primeira catequese seguida de missa na Paróquia Sagrado Coração de Jesus com outras nações de língua portuguesa, animada pelo bispo de Braga (Portugal). Nessa manhã a catequese falava sobre o nosso ser igreja, na perspectiva juvenil diante das problemáticas atuais e dos inimigos da juventude que em nossos dias não possui um rosto. Também reforçava a subjetividade tão influente em nossos discursos, a busca pelo sucesso pessoal que transforma a nós, jovens, em presas fáceis do isolamento. Precisamos motivar e dar testemunhos de Jesus aos outros jovens que não encontram referência sem deixar de ser jovem. À tarde participamos do Encontro Internacional da Articulação Juvenil Salesiana (AJS), em Atocha, uma escola profissional dos salesianos. Lá tivemos um momento cultural com apresentações de diversos países e a vigília com o Reitor-mor dos Salesianos de Dom Bosco, o Pe. Pascual Chàvez, e com a Madre Geral das Filhas de Maria Auxiliadora, Ir. Ivone. Naquela ocasião, já escutávamos rumores de um possível contra a presença do Papa na Espanha e a realização da JMJ em Madri.
No dia 18, nos reunimos na Paróquia de El Salvador que, se diga de passagem, não estava no roteiro das catequeses, mas devido à superlotação das paróquias acabou sendo incluída na ultima hora. A paróquia acolheu um grupo enorme de “brasucas” (peregrinos brasileiros). Recebemos a catequese ministrada pelo bispo auxiliar do Rio de Janeiro, seguida de uma missa por ele. Neste dia mergulhamos no tema da jornada. Foi um momento de muita comoção, pois refletimos o que significa estarmos enraizados em Cristo, como árvore que suporta muitas tempestades e outros impactos sem sofrer danos devido a uma raiz forte. Outro aspecto da reflexão foi o de estarmos edificados em Cristo, remetendo a parábola do homem sensato que construiu sua casa sobre a rocha. Assim também nós devemos confiar no Evangelho e dar testemunho fiel de nossa experiência com Deus.
No dia 19, fomos à mesma paróquia do dia anterior com a missão de animar o terço seguido da celebração eucarística. À tarde fomos a Praça Cibeles para recepcionar o Papa. Infelizmente fomos impedidos de ter acesso ao local de acolhida porque s esquecemos as credenciais onde estávamos hospedados. De modo particular, tive mágoa pelo ocorrido, uma vez que meu objetivo não era aquele, ter que assistir o Papa pelos telões que cercavam a praça toda, contudo em muitos momentos da vida não entendemos os planos de Deus. Depois de uma volta pelo entorno da praça voltei para nosso cantinho e vejo a euforia do nosso grupo parecendo ter encontrado o próprio Dom Bosco, era nada mais nada menos que o próprio Pe. Pascual Chávez, seu Sucessor, acompanhado do seu Vigário, P Adriano Bregolin, no meio do nosso grupo numa festiva sessão de fotos. Não vimos o Papa de perto naquele dia, mas saímos satisfeitos por Deus ter nos confortado com o encontro amigo e próximo de “Dom Bosco” com o nosso grupo. O fato triste desde dia foi o protesto anti-Papa que se concentrou na Praça do Sol que era nossa rota de retorno para casa.
A equipe organizadora avisou a todos para evitar esta rota, mas tínhamos que voltar. Ao descer para o metrô encontramos peregrinos amedrontados pelo confronto como movimento anti-Papa jogados pelo chão; os corredores dos metrô fechados e uma correria louca de peregrinos em busca de corredores abertos. Daí, medimos a importância de um bom líder, estávamos bem guiados pelo Pe. Chicão que soube nos acalmar e nos conduzir com toda tranqüilidade para uma área segura. No dia anterior dois mexicanos foram presos, suspeitos de atentado terrorista na mesma linha de metro onde nos encontrávamos. Então, imaginem nossa angustia nesta noite, com bandeiras guardadas, gritos acanhados e preocupados com a nossa segurança, todavia, alegres pelo encontro de horas antes.
Ainda extasiados pelo encontro do dia anterior, no dia 20 tivemos nosso “Bom dia” na capela da casa onde estávamos hospedados e tivemos um dia sem programação pela manhã, pois à tarde voltaríamos a Praça Cibeles para a celebração da Via-Crúcis. Fomos ao Museu Del Prado, um dos maiores da Europa, aberto especialmente para a visitação dos peregrinos. Agora, credenciados já podíamos ir para mais próximo do Papa.
Mais uma vez o grupo não iria devido a superlotação da praça arborizada que possuía um esquema de segurança semelhante aos dos aeroportos europeus. Ainda estávamos muito longe do palco, especificamente a sudeste dele, a praça se encontrava no meio de uma encruzilhada de ruas. Começou então minha inquieta atrás de um peregrino que estivesse disposto a sofrer comigo para chegar o mais próximo possível do palco. Finalmente encontrei dois peregrinos corajosos que, junto comigo não quiseram ver o papa somente através do telão (senão teríamos ficado no Brasil assistindo pela Canção Nova ou coisa e tal). Pegamos nossa credencial e a cópia do nosso passaporte para passar pela segurança e começamos a nos aproximar pouco a pouco do palco, pedindo “excuse me” e “sorry” até sermos barrados pelos voluntários, mas num vacilo da voluntária simpática conseguimos nosso objetivo. Pouco depois estávamos em frente ao palco vendo Bento XVI ao vivo sem a barreira dos pixels dos telões e dos megapixels de nossas câmeras ultrapassadas. Um momento de muita emoção pelo nosso encontro com o líder maior, nosso pastor que vivia com toda aquela juventude o percurso de dor e de gloria do nosso senhor Jesus Cristo através da Via-Crúcis. Assim nos despedíamos da Praça Cibeles, felizes pela experiência do encontro com o Cristo que nos fala através do Sumo Pontífice Bento XVI. E para finalizar a noite, quando chegamos em casa nos deparamos com a presença da Madre Ivone, superiora das FMA que visitava todas as casas das salesianas que acolhia peregrinos, imediatamente começamos a sessão de fotos e não faltaram perguntas sobre nossa Amazônia querida.
Era chegado o dia do encontro com o Papa através da vigília e da Celebração de encerramento, um viradão que ficaria para sempre guardados nas nossas mentes e corações. Peregrinação, calor intenso, falta de água, fome, sono, dormidas no chão de barro batido, desidratação, muita poeira, umidade baixa, gente passando mal, poucos pontos de atendimento e a melhor, muita, mais muita gente mesmo num aeroporto militar de Madri chamado “Cuatro Vientos”. Ventos esses que foram muito raros. Todos estávamos ali com um só objetivo: ouvir as palavras de nosso bom pastor e receber o envio para ir ao encontro de tantos outros jovens que não puderam estar presentes na JMJ.
Na manhã do dia 20, todos os jovens da Família Salesiana (aproximadamente 8 mil) se encontraram numa escola na periferia de Madri e juntos caminhamos aproximadamente duas horas para chegarmos a Cuatro Vientos e, mais uma hora para encontrar nosso local de permanência, onde devíamos montar nossas barracas e acampar. O calor era tão intenso que nos faltou água e pique ao ponto de alguns membros ficarem pelo caminho, desmaiados, desidratados. Abro um paralelo para falar que essa caminhada nos fez lembrar o caminho de Cristo ao Monte Calvário e todo sofrimento que agüentou nosso Senhor pelos nossos pecados. Aquilo era um deserto total, agora ocupado por quase dois milhões de jovens, segundo um jornal local. Depois de encontrar nosso canto alguns membros da equipe foram atrás dos que tinham se perdido e dos outros que ficaram para ajudar os que haviam passado mal. Depois de uma tarde ensolarada (45º) e pouco líquido, os carros de bombeiros começaram a jogar água nos peregrinos, o que fez parecer a festa de São Cosme e Damião, quando moradores jogam bombons para os curumins. Nunca tinha ficado tão contente em me molhar com os poucos respingos de água.
À noite decidi dar uma volta pelo aeroporto e na volta encontrei nosso grupo iniciando a lectio divina conduzida pelo Pe. Chicão. No momento da lectio onde devíamos pensar no gesto concreto, só me veio o desejo de me aproximar do Papa e entregar aos pés do Santíssimo Sacramento a minha Paróquia, todos os movimentos e os paroquianos que estavam rezando por nos. Ao finalizar a leitura orante me “embestei” atrás de algum peregrino para viver mais uma loucura: a de chegar o mais próximo possível do Papa. Saímos nesta missão quase que impossível com a credencial, andando pelo setor que nos era permitido, em seguida conseguimos driblar os voluntários até a grade de proteção que separava o povo da área vip que estava vazia por motivos de segurança. Dali podíamos ver o Pontífice e todos os cardeais no palco.
Muito emocionado, celebrando com outros jovens a vigília, eu, de modo particular, com as minhas orações tinha o desejo de chegar mais perto do palco montado. Até que o Senhor nos revelou que ali não era o nosso lugar. O guarda recebeu uma chamada pelo rádio e logo em seguida abriu a grade que separava-nos da área vip, pronunciando aquelas palavras santas: “Entrem, mas em fila!”. Era Deus falando. Saí “feito um doido” junto com os outros guerreiros, parecendo “cachorro preso há muito tempo e que acaba de quebrar suas correntes e sai livre pela rua”, quando de repente um policial me deu um escorão que me fez entrar na fila. Na verdade, nem senti nada, somente as lágrimas caíndo no rosto, pois o local que me foi reservado era na primeira fila da área vip. O que me separava do Papa eram apenas os guardas.
Foi lá que eu tive um encontro pessoal com Deus, na hora em que, do meio do palco, apareceu Jesus presente na hóstia consagrada num ostensório mais lindo que já vi. Já havia caído uma tempestade com ventos fortes que me fazia tremer o corpo todo. Ajoelhei-me e me veio na lembrança todas as “profecias” vindas de meu pároco de que eu iria sofrer, e todo o sofrimento vivido seria pelos meus amigos, familiares. Era hora de consagrar meus irmãos que ficaram no Brasil. Chorei feito condenado pedindo a Deus pelas nossas propostas paroquiais, objetivo da minha ida a Madri e pelo discernimento de minha vida... Era o meu encontro com o Ressuscitado. Após a vigília voltei ao acampamento extasiado onde estava o grupo arrumando a bagunça feita pela chuva torrencial, disposto a dormir no chão coberto de lona e algumas bandeiras, incluindo a da PJ, uma vez que eu havia perdido meu saco de dormir.
Cedo já estávamos acordados comendo algumas frutas e sanduíches com sucos do kit que cada peregrino recebeu na chegada. Depois de recuperar as forças, fomos nos preparar para a Celebração de encerramento presidida pelo Papa Bento. A missa teve início às 10 horas da manhã com os gritos eufóricos “Esta és la juvientud del Papa” dos peregrinos clamando pelo nosso líder maior. “Benedicto”, (Bento em espanhol) como era chamado pelos jovens nos falou sobre o evangelho do dia e motivou os jovens a viverem sua missionariedade e a grande necessidade do encontro com os outros. O momento mais esperado aconteceu quando o Santo Padre anunciou ao mundo que o Rio de Janeiro seria a sede da próxima JMJ. O local onde estávamos era o corredor da imprensa que cobria o evento. Então, nós éramos seis pessoas com a bandeira do Brasil diante de italianos, espanhóis e algumas outras nações, contudo, acabamos roubando toda a cena. A imprensa local e internacional nos procuravam feitos loucos, pedindo para que déssemos entrevistas e filmando nossa euforia... Agora éramos nós, o centro das atenções devido às tantas vezes que tivemos que arranhar o idioma espanhol. Demos uma entrevista para a Rede Globo e até gritávamos coletivamente para a imprensa americana: “see you in Brazil”.
Ufa! Marcou para mim o encontro pessoal que tive com Deus através daqueles jovens que não estão preocupados onde vão dormir ou tomar banho e se alimentar, nem com distinção de cor e raça. Nós, peregrinos, criamos uma linguagem universal que só a Jornada Mundial da Juventude pode proporcionar: a solidariedade, a partilha e o de se esforçar para compreender o próximo onde quer que ele se encontre, bastando para isso só você o acolha de braços abertos. Que as palavras do Papa Bento XVI possam despertar em nós o desejo de mudança e de transformação desta geração que clama por atenção e zelo, afinal de contas, está em nossas mãos o futuro da Igreja que tem a missão de mostrar a “grandeza da vocação divina de todo o ser humano”.
“Continuem firmes na fé, agradeço por terem vindo a esta Jornada Mundial, repleta de graça e emoção, carregada de dinamismo e esperança. Sim, a festa da fé que compartilhamos permite-nos olhar em frente com muita confiança na Providência, que guia a Igreja pelos mares da história; por isso permanece jovem e cheia de vitalidade, mesmo enfrentando árduas situações. Isto é obra do Espírito Santo que torna presente Jesus Cristo nos corações de jovens de cada época e, deste modo, lhe mostra a grandeza da vocação divina de todo o ser humano” (Bento XVI, discurso de Encerramento da JMJ 2011).

Nunca é Tarde

Já me falta o ar ,
Respiro o gosto da ambição
Esquecemos que somos uma criação
Hoje somos os Senhores da destruição

Não sei se eu tenho direito de amanhecer
Não sei se o futuro vai existir
Copenhague e Kioto não fazem sentido 
Se o sentido da vida não é o primeiro artigo

Maria, é teu povo quem roga por ti
Toda a criação suplica tua proteção
pois não é tarde, jamais
Nunca é tarde pra quem quer mudar

Lágrimas vêm quando o povo
Correndo do mar que chega a destruir
E o frio das geleiras que estão soltas
é como os homens que só pensam em lucrar

Não sei se eu tenho direito de amanhecer
Não sei se o futuro vai existir
Copenhague e Kioto não fazem sentido
Se o sentido da vida não é o primeiro artigo

(Melhor música/banda e Quarto Lugar no Festival de Música Mariana - CMM 2011) 




Sujeitos Invisíveis

Mãe, teu povo anda sem amor
Amor que outrora o Cristo mostrou
Somos filhos que sofrem o descaso social
De uma vida utópica que norteia o esperar

Os rostos sofridos que esperam por nós
São sujeitos invisíveis, num paradoxo de dor
É um mundo injusto da incerteza
Acreditamos nos direitos defendidos por nós

Todos juntos num só ideal
É pela vida, Mãe, que iremos lutar
Não importa, o que preciso for
Dinheiro algum comprará meu valor
Vós sois Maria, a tutora do Amor

A noite em claro de um jovem pedinte
Que no sinal dá sinal da dura exclusão
Enquanto há tantos esbanjando riquezas
Nosso povo está vivendo uma desilusão

Nossa culpa oculta produz corrupção
De um grito inocente, quem sabe indecente
Do jovem menino que a rua criou
É mais uma vida que o crime dizimou

Todos juntos num só ideal
É pela vida, Mãe, que iremos lutar
Não importa, o que preciso for
Dinheiro algum comprará meu valor
Salve Rainha, a tutora do Amor

(Primeiro lugar e Melhor Mensagem no Festival de Música Mariana 2011 - CMM)

Maria, nossa essência vital

A cada ser, um valor especial
A cada criança um milagre da criação
Foi assim que Maria olhou para Jesus
Mas os homens o condenaram pregando-o na cruz

Nos olhos um anseio incessante por um mundo melhor
Onde a paz e a ternura habite entre nós
Que o respeito ao ser semelhante a Deus
Resplandeça em uma só voz

Duas opções você sempre vai ter
Nossa Senhora num sim acolheu
A vida daquele que um dia morreu por amor

Minha Mãe, o sentido de tudo se foi
O presente do Pai vem perdendo o valor
A vida é uma flor, um sopro de Deus,
Ninguém nunca a destruirá

Na escuridão, somos luzes, somos cristãos
À espera de dias que surjam o afeto no concepção
Que suscite o ammor nos corações de nossa nação
Que a cultura de morte não seja a resposta, a solução

Cremos na presença real de Maria e sua fé
Em seus olhos sinceros podemos, todos, ver
Um futuro nascendo mais humano e leal
Vendo a essência vital florescer

(Banda Expressão Jovem - Prêmio de melhor conjunto musical no Festival de Música Mariana CMM)




Cegueira...

Uma obra forte, de impactos extremos por abordar um tema delicado e presente em nossa sociedade. A cegueira é discutida, não apenas no estado físico, mas na dimensão política, social, econômica e espiritual.
Iniciamente, a cegueira física é a mais evidente, que surge através de uma epidemia com sintomas inexplicáveis, que atinge a um grupo de pessoas. Uma cegueira traz a outra até se chegar ao estado de "barbárie". Em nossa sociedade somo impulsionados voluntária e involuntáriamente a nos portar como cegos. Nossa cultura valoriza os desejos, os sonhos, projetos de vida, interesses que tantos nos levam ao trabalho coletivo e integrado quanto para o individualismo.
Dia após dia inferiorizamos classes populares, raças, opções sexuais, culturas,  tudo para preservar o poderio que, de forma obstinada, punimos a quem ousar destruir. Vivemos forte tendência ao machismo e ao mimetismo. Em determinados momentos, andamos com que cegos atrás de ideologias que acreditamos ser verdadeiras, ignorando a visão coletiva, da necessidade do próximo que também poderá ser a nossa. Não vemos esperança nos sonhos de vida social, igualitária e justa, o que muitas vezes condicona pessoas com visões holísticas natas a uma carga muito pesado e sofrido e que, determinadamente, clama sua voz no desero ou na cegueira voluntaria e optativa da massa alienada.


segunda-feira, 5 de novembro de 2012

INTOLERÂNCIA

É nesta paz armada que se acredita construir por aí a cultura do amor
Nosso reino aqui, povos todos, sofrem vendo o brilho do Sol se apagar
O que faz pensar que o homem é deus? E justificar toda intolerância
Ódio nos olhos, sangue nas mãos, ditando leis de humanização

Jesus, ensina o povo a amar
Jesus, dai força e coragem pra continuar
Esperançar e transformar nosso amanhã

Civilização ou progresso, que o distanciam dos planos de Deus
Não mais agradecem o pão da manhã. O pão que de argila sacia
A fome dos que vêem sua vida tomada de dor
E o homem mergulha na ambição, esquecendo do amor ao irmão e a Deus

(Banda Expressão Jovem, Prêmio de melhor música no Festival de Música Cristã - Cristo Rei 2010 e Terceiro Lugar no Festival do Cristo Operário)

"Esta foi uma das mais bonitas reflexões que fiz de uma praga em nossa sociedade que  vem destruindo nossa dignidade humana. Nós, seres pensantes, somos sujeitos que transbordam intolerâncias, ambições, que reduzem o outro, o diferente a pó. Temos crenças, valores morais, ciência e arrogância que nos impede de enxergar ou ao menos ter alteridade, a capacidade de nos colocar no lugar do outro para que nosso orgulho não sinta ferido. Mas em volta de nós possuem pessoas que esperam atitudes diferentes, valores humanos e não apenas dogmáticos. Ninguém é mais simpático, afetivo, empático e espontâneo, justamente para não se sentir um oportunista ou qualquer outro adjetivo negativo. Aprendamos que o outro não é nosso maior inimigo, todavia nossas demagogia frias nas relações é que nos destróem." (Jean Suwa)





Sonhos em Palhas


São sonhos tecidos em palhas

De águas e lágrimas, vindas dos rios

Que cortam as nossas matas

Terra da fauna e flora

Dos ribeirinhos, caboclos,

Dos negros e índios

Ganhando a vida comungando por um dia melhor

 

Semente, urucum, seringueira

Prepara a fogueira, pro meu povo arrodiar        

Maloca, quero tapioca e um pouco de vinho

De açaí, para celebrar

 

São sonhos tecidos em palhas

De águas e lágrimas, vindas dos rios

Que cortam as nossas matas

Terra da fauna e flora

Dos ribeirinhos, caboclos

 

Semente, urucum, seringueira

Prepara a fogueira, pro meu povo arrodiar       

Maloca, quero tapioca e um pouco de vinho

De açaí, para celebrar

(Prêmio de Melhor Letra no II Festival Amazonas de Música 2012, na voz de Daniela Nascimento)

A INCLUSÃO EM DISCUSSÃO


 

Em nossa sociedade é comum pensarmos em meios de relações interpessoais que contemplem os direitos e deveres de todos. Pensar coletivo é mais que uma exigência, mas uma necessidade de humanizar mais tais relações e que naturalmente não precisaria sequer de uma lei para garanti-la. No país, atualmente se discute a inclusão de pessoas com necessidades especiais em escolas de ensino regular, que é garantido por lei, porém encontra diversos entraves para o seu cumprimento, uma vez que várias situações não foram discutidas para a implantação desta lei.

O fato de as crianças, os jovens e adultos portadores de uma necessidade especial precisar de um acompanhamento especializado na escola abre a seguinte discussão: De que forma o governo investiu para cumprimento desta lei? Reformou as estruturas físicas das escolas existentes? Ofereceu capacitação especializada para os professores da rede pública? O material didático contempla cada necessidade do aluno atendido? E o que pensa a família dos alunos com necessidades? E a quantidade de professores em sala ajuda no atendimento? Como esse professor consegue atender aos alunos sem necessidades específicas e aos alunos com necessidades que exige um pouco mais de tempo? E quantidade de alunos em sala de aula favorece esse acompanhamento?

São tantas perguntas e se levantar que faz com que as opiniões se dividam no que se refere na aceitação desta lei. Há quem concorde que o melhor seria construir escolas específicas.

Não importa a necessidade, mas o modo em que iremos trabalhar com ela e ajudar as pessoas que não tem culpa de suas dificuldade e que precisam de pessoas conscientes de suas responsabilidades sociais e devolverem aquilo que é de direito, não por lei, mas por dignidade humana e que se lute mais pelos direitos daqueles que já são dizimados por uma deficiência ou por uma necessidade especial.