Um momento desses da vida em que trabalhei em uma palestra sobre o sonhos dos jovens nesta sociedade contemporânea e me deparei com um comentário sobre os grandes medos dos jovens feito por um dos participantes. Falava ele sobre a vontade de sair, dar uma volta sem se preocupar com a hora de voltar, sem que sua vida fosse postada em risco.
Na hora em que o jovem colocava seu ponto de vista, os olhos dos outros participantes fitavam nas palavras ditas, as cabeças gesticulando concordar com as afirmações. Na hora lembrei de uma música conhecida do grupo O Rappa, um trecho que assim destaca: "As grades dos concomínios são pra trazer proteção, mas também trazem a dúvida se é você que tá nessa prisão". Esse trecho remete justamente a essa concepçao do medo em que nossa sociedade vive hoje.
A psicologia já define como doença neuropsicológica uma famosa síndrome do Pânico que está intimamente ligada a essa cultura do medo. O bom de tudo isso é que me fez lembrar do meu tempo de garoto, onde consigo identificar momentos fortes de medo. E esse medo condicionava até as minhas escolhas.
Quando bebês damos nossos primeiros passos acompanhados pelo medo de cair. Na fase de criança temos medo de perder a companhia da mãe, aliando aí o ciúme, o egoísmo e também a tolice natural nesta fase. Minha mãe cansou de me falar que eu não deveria falar com estranho, pois eles poderiam me sequestrar, e na época estavam ocorrendo diversos sumiços de crianças na cidade. Uma vez, na minha fase adulta, estava num ônibus coletivo indo ao trabalho e vi uma cena comovente. Uma criança estava com sua mãe na parada e na hora em que o onibus em que eu estava parou para os dois, a mãe pediu para o filho entrar pela frente e ela foi por trás. O detalhe é que o onibus estava superlotado.
Logo, imaginem o desespero daquela criança entrando no coletivo ja desconfiado com tantas pessoas estranhas em sua volta e longe da sua mãe, quer seja em questões de poucos metros. Deu pra eu imaginar aquele nó na garganta, um desespero por não poder ver sua tutora, se esticando para cima e para os lados tentando vê-la, sem sucesso. Aquela criança tentou de todas as formas atravessar o corredor do ônibus, "varando" por entre as pernas dos passageiros e quando percebeu que não conseguiria, lançou, com avoz chorosa, um grito que mais parecia uma espada na alma: - Mããããããe!!! Mamãããããe!. A mãe respondeu de trás: - Estou aqui, Mateus! A mamãe vai chegar até você. A afliçao daquela criança nunca mais saiu da minha mente, pois ao ouvir a voz daquela mulher saiu de mim acredito que do coração daquela criança uma tonelada de desconforto e deu lugar à tranquilidade de estar seguro novamente.
O que isso tem a ver com a reflexão do jovem do início deste relato?
O medo é o mesmo, a insegurança do que te espera à frente, da morte, do erro, do fracasso, de estar só, de não poder sonhar ou de não poder discernir a liberdade. Hoje, como o jovem da palestra, tenho meus medos, do outro, da vida, de como será minha morte, mesmo eu não tendo medo dela, mas o nó na garganta aparece quando penso de que forma a morte virá. Como aquele menino do ônibus, também fico em pânico quando penso na possibilidade de ficar só. Para que isso não aconteça, fazemos das tripas corações para fugir do medo. Lembro mais uma vez de outra cena, mais recente, de um outro garoto que, a mãe fez o mesmo processo do primeiro já citado acima, so que dessa vez a entrada no coletivo seguiu ao contrário. A mãe entrou no onibus pela frente e o motorista não viu o menino atrás que batia na porta querendo que ele abrisse. Infelizmente o motorista não o viu e deu partida no ônibus.
Nesta, a dor foi mais forte, pois o ônibus saiu e o menino saiu desesperado correndo atrás. Bem a frente o sinal de trânsito da esquina fechou,abrindo a possibilidade dele alcançar o perseguido. Sem sucesso.
O onibus na frente, o garoto desesperado atrás e eu tentando alcançar o menino. Aquele menino correu tanto ao ponto de sumir da minha vista. Até hoje não sei se essa história teve final feliz.
A vida nos prega momentos tristes que nos pregam surpresas. As histórias das crianças acima foram escolhidas propositalmente para clarear minha ideia sobre o medo a quem lesse este texto. Na minha adolescência perdi dois irmãos, um assassinado e o outro por doença. No mesmo da morte do irmão por doença quase perco minha mãe por complicações renais. Este ano perdi minha avó paterna e meu avô materno.
Meu maior medo hoje pode ser de muitos, o de ter que viver a vida sem uma perspectiva dela mesma, de viver só, de não ter o direito de regê-la como um dia foi projetado. É triste sair de casa e ter a sensaçao de que poderá não voltar lá, ou de que para se cumprir o mal, pessoas do seu convívio estejam conspirando, quem sabe para tomar seu lugar no trabalho ou simplesmente por não querer ver sua felicidade.
O fato é que não podemos, mesmo com os medos da vida, deixarmos nossos objetivos serem ofuscados pelas grades de proteção da música e que, ao invés de querer viver se tenha a vontade de vegetar nos condomínios dos medos, confortáveis, com o direito apenas de ver o mundo pela tv ou pela internet.
Os passos de bebês têm que ser dados, mesmo envolta de medos, pois eles sempre nos acompanharão, não tem jeito. So não podemos nos sentar num trono de um apartamento com a boca escancarada e cheia de dente, esperando a morte chegar, como cantava Raul Seixas. Nossos medos não podem nos impedir de mover o mundo.
Apresentador da Rádio Amme Eventos; Formado em Pedagogia pela FSDB;Pós-graduado em Gestão Escolar pelo SENAC; Acadêmico de Música pela UFAM.
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
CORRENTES ABSTRATAS
Meu
Senhor, quanta coisa acontece aqui
E a paz
que ensinou para nós
Já não
tem lugar
E a
vida faz um tempo que está ameaçada
Liberdade
não serve de nada
As
correntes abstratas nos prendem aqui
Por que
não falar do que está errado?
A
sociedade já sofre um bocado
Com
aquilo que ela mesmo plantou
Agora
não corro, mas meu grito não quer mais calar
Sou
criação e quero respirar
Sentir
teu amor, teu calor, sua redenção
Meu Deus, o horizonte eu quero alcançar
Da vida, um rumo tomar, resgatar seu valor
Meu Deus, como águia eu quero voar
E ao longe poder avistar um mundo melhor pra
nós
Por que
não falar do que está errado?
Os
sonhos de um abandonado
Que a
sociedade fez questão de excluir
Agora
não corro, mas meu grito não quer mais calar
Sou
criação e quero respirar
Sentir
teu amor, teu calor, sua redenção
SUPERAÇÃO
Olhos
marcados, demonstrando a dor
A dor
de quem já não sabe aonde ir
Um
abraço apertado, um coração a pulsar
Sinto
tristeza. Qual a decepção?
Já não
podes chorar, o mundo precisa de ti
Já não
podes chorar...
A vida
exige de nós tomada de decisão
Se for
sim ou não, segue o teu coração
Pois é
nele que Deus vai falar
No
silêncio Ele quer te Encontrar
Já não
podes chorar, o mundo precisa de ti
Já não
podes chorar...
Tua fé em Deus te conduzirá
Força dos céus resplandecerá
e aquilo que um dia te jogou no chão
Fará de você sinal de superação
Nas noites acordadas Deus ouviu teu clamor
Pois eu sei que tua vida é sinal de labor
Escreve um capítulo novo pra ti
Dá sentido pro que realmente é bom
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
Do Teu lado
Tenho medo de um dia acordar e
De ter a certeza que o dia não é meu
Olho um jovem sem alguma esperança
De ver o seu sonho se realizar
Lembro de quando criança não tinha
sequer bem um sonho pra seguir
Nem imaginava poder ter o Senhor do meu lado
Quando o mundo me fizesse chorar
Oh, Meu Senhor, como posso pagar
por aquela dor que por mim passou
Cristo Jesus, Hoje sou mensageiro do Teu Amor
do Teu Amor
De ter a certeza que o dia não é meu
Olho um jovem sem alguma esperança
De ver o seu sonho se realizar
Lembro de quando criança não tinha
sequer bem um sonho pra seguir
Nem imaginava poder ter o Senhor do meu lado
Quando o mundo me fizesse chorar
Oh, Meu Senhor, como posso pagar
por aquela dor que por mim passou
Cristo Jesus, Hoje sou mensageiro do Teu Amor
do Teu Amor
CORPO CIRANDEIRO
Quando chega o mês de Junho a fogueira incendeia meu amor
Pois começa a euforia popular
Da minha veia corre um sangue encantado e alegre ao calor
Do meu corpo cirandeiro e que dança sem cessar
O suor pinga no chão, o meu corpo não aceita mais parar
A cultura que envolve gente de todo lugar
Chega e dança cirandeiro, abrilhanta o nosso festival
Que a Paixão de Cirandeiro é teu sonho imortal
Dança, cirandeiro, fonte de alegria e paz
Gingando assim, cirandeiro nenhum faz (2x)
Pois começa a euforia popular
Da minha veia corre um sangue encantado e alegre ao calor
Do meu corpo cirandeiro e que dança sem cessar
O suor pinga no chão, o meu corpo não aceita mais parar
A cultura que envolve gente de todo lugar
Chega e dança cirandeiro, abrilhanta o nosso festival
Que a Paixão de Cirandeiro é teu sonho imortal
Dança, cirandeiro, fonte de alegria e paz
Gingando assim, cirandeiro nenhum faz (2x)
A idiotice do homem
Quando estamos em voltas de sentimentos tomamos atitudes descontroladas, perdemos as nossas razões e esperamos ser compreendidos ou perdoados. O fato é que nosso lado emotivo assume comando e aquilo que você pensa ou pensou em outro momento vem à tona, sufocando qualquer outra coisa que pudesse justificar um outro lado da moeda.
Não adianta terapia, fazer silêncio, engolir as situações à seco, pois quando os sentimentos vêm, não quer saber por onde vai entrar, se é pela porta, pela janela, vai destruindo tudo que em um outro momento existia, dando novos significados.
É assim num relacionamento. Os sentimentos estão sempre afloirados para o bem ou para o mal.
É preciso ter calma, respirar fundo e tentar ao máximo a pessoa com quem deseja ficar. Nunca o mal pode prevalecer diante das coisas boas em que se viveu. Há uma passagem bíblica que reforça bem estas ultimas palavras de 1 Pe 3, 17: "É melhor sofrer por fazer o bem, se for da vontade de Deus, do que por fazer o mal."
Força e coragem, a dor sempre passa...
Não adianta terapia, fazer silêncio, engolir as situações à seco, pois quando os sentimentos vêm, não quer saber por onde vai entrar, se é pela porta, pela janela, vai destruindo tudo que em um outro momento existia, dando novos significados.
É assim num relacionamento. Os sentimentos estão sempre afloirados para o bem ou para o mal.
É preciso ter calma, respirar fundo e tentar ao máximo a pessoa com quem deseja ficar. Nunca o mal pode prevalecer diante das coisas boas em que se viveu. Há uma passagem bíblica que reforça bem estas ultimas palavras de 1 Pe 3, 17: "É melhor sofrer por fazer o bem, se for da vontade de Deus, do que por fazer o mal."
Força e coragem, a dor sempre passa...
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
José, paI do Filho de Deus
Admirar um homem justo e leal
Ter sua fé como exemplo de Amor
Um traço forte marcado a fogo
E no peito a coragem de ser consagrado a Deus
Talvez saibas, mesmo que a dúvida venha lhe perturbar
O Espírito Santo lhe esclarecerá
Criar e proteger o Filho do Pai
Ensiná-lo a ser um homem capaz
De testemunhar a história desta família feliz
Então, o que me diz?
José, santo trabalhador, por ser justo aos olhos de Deus
Fez de todos filhos seu, de todos nós filhos seu
José, hoje rogo proteção aos irmãos que ainda não
Lhe aceitam como pai, lhe aceitam com pai.
Dai-nos fé pra enxergar nossos irmãos
Reconheço tua grandeza diante de Deus
Abriu mãos de seus sonhos e sem medo
Seguiu seu destino, seguiu seu destino
Fortalece a fé de quem hoje não sabe aonde está
Interceda por nós junto a Cristo Jesus
Pai do Filho de Deus, lhe ensinou a falar
Ensinou a andar, a louvar e a orar
Teu carinho por Cristo, por filho o adotou
Pai do "Deus é Amor".
Ter sua fé como exemplo de Amor
Um traço forte marcado a fogo
E no peito a coragem de ser consagrado a Deus
Talvez saibas, mesmo que a dúvida venha lhe perturbar
O Espírito Santo lhe esclarecerá
Criar e proteger o Filho do Pai
Ensiná-lo a ser um homem capaz
De testemunhar a história desta família feliz
Então, o que me diz?
José, santo trabalhador, por ser justo aos olhos de Deus
Fez de todos filhos seu, de todos nós filhos seu
José, hoje rogo proteção aos irmãos que ainda não
Lhe aceitam como pai, lhe aceitam com pai.
Dai-nos fé pra enxergar nossos irmãos
Reconheço tua grandeza diante de Deus
Abriu mãos de seus sonhos e sem medo
Seguiu seu destino, seguiu seu destino
Fortalece a fé de quem hoje não sabe aonde está
Interceda por nós junto a Cristo Jesus
Pai do Filho de Deus, lhe ensinou a falar
Ensinou a andar, a louvar e a orar
Teu carinho por Cristo, por filho o adotou
Pai do "Deus é Amor".
domingo, 11 de novembro de 2012
Um mundo novo de Paz
Sempre em Ti esperei
Passo à passo te segui
Em Teu colo seguro estarei
Minha fé em Ti professei
Mãe, até quando terei que aguentar
Aos fatos, revistas e jornais
O crédito ao mal propagado
O mal julgo de um sujo escolhido por nós
Nossa Senhora, nos faça crer que podemos este mundo mudar
E que o amanhã é direito, um sonho perfeito se concretizar
Sentir liberdade por onde andar, confiar em Deus, Criador do Amor
Minha Mãe, me conduza em teu Colo, rogo a ti o meu clamor
Nos leve ao mundo de Paz, um caminho novo de Paz
O Sol é pra todos, no entanto,
muitos já o deixaram de ver
A criança herdeira da margem
É o mesmo jovem frustrado a roubar
Jogado num mundo de vida e morte
Talves o veremos adulto ou não
Pois a Paz é herança, o homem justo em busca
Cabe a nós o destino de um sim
Passo à passo te segui
Em Teu colo seguro estarei
Minha fé em Ti professei
Mãe, até quando terei que aguentar
Aos fatos, revistas e jornais
O crédito ao mal propagado
O mal julgo de um sujo escolhido por nós
Nossa Senhora, nos faça crer que podemos este mundo mudar
E que o amanhã é direito, um sonho perfeito se concretizar
Sentir liberdade por onde andar, confiar em Deus, Criador do Amor
Minha Mãe, me conduza em teu Colo, rogo a ti o meu clamor
Nos leve ao mundo de Paz, um caminho novo de Paz
O Sol é pra todos, no entanto,
muitos já o deixaram de ver
A criança herdeira da margem
É o mesmo jovem frustrado a roubar
Jogado num mundo de vida e morte
Talves o veremos adulto ou não
Pois a Paz é herança, o homem justo em busca
Cabe a nós o destino de um sim
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
Minha Experiência em Madrid na JMJ 2011
Certa vez haviam me falado que participar da Jornada Mundial da Juventude
seria uma loucura. Só que nossa condição humana e até mesmo de fé dificilmente
acredita de primeira mão naquilo que nos falam. Lembro de uma frase bem
pertinente ao que vou falar dita pelo discípulo São Tomé e que ganhou novos
valores nos provérbios populares: “Só acredito se eu ver!”.
De 16 a 21 de agosto aconteceu em Madri, capital da Espanha, a Jornada
Mundial da Juventude, um encontro convocado pelo nosso Pontífice Bento XVI que
tinha como tema “Enraizados e edificados em Cristo, firmes na Fé” (1 Col 2,7). A
Inspetoria São Domingos Sávio, motivada por três grupos (Ji-Paraná, Manicoré e
Manaus) se preparou aproximadamente durante um ano com catequeses, formações,
retiros e diversos eventos (na busca de recursos) para viver intensamente este
encontro, não só com o Papa, mas com os jovens do mundo todo (mais de dois
milhões, segundo jornais locais).
Nós, peregrinos de Manaus, viajamos rumo a Madri no dia 15 de agosto chegando
ao aeroporto de Barajas às 18h do dia 16 e, logo de “cara” nos deparamos com
jovens de outras nações que chegavam e andavam com toda a euforia de um encontro
com Deus. Não pudemos participar da celebração de abertura na Praça Cibeles,
presidida pelo cardeal arcebispo de Madri. Durante a Jornada, ficamos alojados
em 03 salas de aula no Colégio Maria Auxiliadora das Salesianas. Junto com os
grupos de Ji-Paraná e de Manicoré passamos nossas curtas noites dormindo em
sacos de dormir, vendo o sol se pôr às 21:30h e os banhos coletivos em banheiros
improvisados na quadra esportiva com diversos chuveiros, sem divisória e uma
água extremamente fria quase transformando-se em gelo, a mesma com a qual que
enchíamos nossas garrafas d’água.
No dia 17, participamos da primeira catequese seguida de missa na Paróquia
Sagrado Coração de Jesus com outras nações de língua portuguesa, animada pelo
bispo de Braga (Portugal). Nessa manhã a catequese falava sobre o nosso ser
igreja, na perspectiva juvenil diante das problemáticas atuais e dos inimigos da
juventude que em nossos dias não possui um rosto. Também reforçava a
subjetividade tão influente em nossos discursos, a busca pelo sucesso pessoal
que transforma a nós, jovens, em presas fáceis do isolamento. Precisamos motivar
e dar testemunhos de Jesus aos outros jovens que não encontram referência sem
deixar de ser jovem. À tarde participamos do Encontro Internacional da
Articulação Juvenil Salesiana (AJS), em Atocha, uma escola profissional dos
salesianos. Lá tivemos um momento cultural com apresentações de diversos países
e a vigília com o Reitor-mor dos Salesianos de Dom Bosco, o Pe. Pascual Chàvez,
e com a Madre Geral das Filhas de Maria Auxiliadora, Ir. Ivone. Naquela ocasião,
já escutávamos rumores de um possível contra a presença do Papa na Espanha e a
realização da JMJ em Madri.
No dia 18, nos reunimos na Paróquia de El Salvador que, se diga de passagem,
não estava no roteiro das catequeses, mas devido à superlotação das paróquias
acabou sendo incluída na ultima hora. A paróquia acolheu um grupo enorme de
“brasucas” (peregrinos brasileiros). Recebemos a catequese ministrada pelo bispo
auxiliar do Rio de Janeiro, seguida de uma missa por ele. Neste dia mergulhamos
no tema da jornada. Foi um momento de muita comoção, pois refletimos o que
significa estarmos enraizados em Cristo, como árvore que suporta muitas
tempestades e outros impactos sem sofrer danos devido a uma raiz forte. Outro
aspecto da reflexão foi o de estarmos edificados em Cristo, remetendo a parábola
do homem sensato que construiu sua casa sobre a rocha. Assim também nós devemos
confiar no Evangelho e dar testemunho fiel de nossa experiência com Deus.
No dia 19, fomos à mesma paróquia do dia anterior com a missão de animar o
terço seguido da celebração eucarística. À tarde fomos a Praça Cibeles para
recepcionar o Papa. Infelizmente fomos impedidos de ter acesso ao local de
acolhida porque s esquecemos as credenciais onde estávamos hospedados. De modo
particular, tive mágoa pelo ocorrido, uma vez que meu objetivo não era aquele,
ter que assistir o Papa pelos telões que cercavam a praça toda, contudo em
muitos momentos da vida não entendemos os planos de Deus. Depois de uma volta
pelo entorno da praça voltei para nosso cantinho e vejo a euforia do nosso grupo
parecendo ter encontrado o próprio Dom Bosco, era nada mais nada menos que o
próprio Pe. Pascual Chávez, seu Sucessor, acompanhado do seu Vigário, P Adriano
Bregolin, no meio do nosso grupo numa festiva sessão de fotos. Não vimos o Papa
de perto naquele dia, mas saímos satisfeitos por Deus ter nos confortado com o
encontro amigo e próximo de “Dom Bosco” com o nosso grupo. O fato triste desde
dia foi o protesto anti-Papa que se concentrou na Praça do Sol que era nossa
rota de retorno para casa.
A equipe organizadora avisou a todos para evitar esta rota, mas tínhamos que
voltar. Ao descer para o metrô encontramos peregrinos amedrontados pelo
confronto como movimento anti-Papa jogados pelo chão; os corredores dos metrô
fechados e uma correria louca de peregrinos em busca de corredores abertos. Daí,
medimos a importância de um bom líder, estávamos bem guiados pelo Pe. Chicão que
soube nos acalmar e nos conduzir com toda tranqüilidade para uma área segura. No
dia anterior dois mexicanos foram presos, suspeitos de atentado terrorista na
mesma linha de metro onde nos encontrávamos. Então, imaginem nossa angustia
nesta noite, com bandeiras guardadas, gritos acanhados e preocupados com a nossa
segurança, todavia, alegres pelo encontro de horas antes.
Ainda extasiados pelo encontro do dia anterior, no dia 20 tivemos nosso “Bom
dia” na capela da casa onde estávamos hospedados e tivemos um dia sem
programação pela manhã, pois à tarde voltaríamos a Praça Cibeles para a
celebração da Via-Crúcis. Fomos ao Museu Del Prado, um dos maiores da Europa,
aberto especialmente para a visitação dos peregrinos. Agora, credenciados já
podíamos ir para mais próximo do Papa.
Mais uma vez o grupo não iria devido a superlotação da praça arborizada que
possuía um esquema de segurança semelhante aos dos aeroportos europeus. Ainda
estávamos muito longe do palco, especificamente a sudeste dele, a praça se
encontrava no meio de uma encruzilhada de ruas. Começou então minha inquieta
atrás de um peregrino que estivesse disposto a sofrer comigo para chegar o mais
próximo possível do palco. Finalmente encontrei dois peregrinos corajosos que,
junto comigo não quiseram ver o papa somente através do telão (senão teríamos
ficado no Brasil assistindo pela Canção Nova ou coisa e tal). Pegamos nossa
credencial e a cópia do nosso passaporte para passar pela segurança e começamos
a nos aproximar pouco a pouco do palco, pedindo “excuse me” e “sorry” até sermos
barrados pelos voluntários, mas num vacilo da voluntária simpática conseguimos
nosso objetivo. Pouco depois estávamos em frente ao palco vendo Bento XVI ao
vivo sem a barreira dos pixels dos telões e dos megapixels de nossas câmeras
ultrapassadas. Um momento de muita emoção pelo nosso encontro com o líder maior,
nosso pastor que vivia com toda aquela juventude o percurso de dor e de gloria
do nosso senhor Jesus Cristo através da Via-Crúcis. Assim nos despedíamos da
Praça Cibeles, felizes pela experiência do encontro com o Cristo que nos fala
através do Sumo Pontífice Bento XVI. E para finalizar a noite, quando chegamos
em casa nos deparamos com a presença da Madre Ivone, superiora das FMA que
visitava todas as casas das salesianas que acolhia peregrinos, imediatamente
começamos a sessão de fotos e não faltaram perguntas sobre nossa Amazônia
querida.
Era chegado o dia do encontro com o Papa através da vigília e da Celebração
de encerramento, um viradão que ficaria para sempre guardados nas nossas mentes
e corações. Peregrinação, calor intenso, falta de água, fome, sono, dormidas no
chão de barro batido, desidratação, muita poeira, umidade baixa, gente passando
mal, poucos pontos de atendimento e a melhor, muita, mais muita gente mesmo num
aeroporto militar de Madri chamado “Cuatro Vientos”. Ventos esses que foram
muito raros. Todos estávamos ali com um só objetivo: ouvir as palavras de nosso
bom pastor e receber o envio para ir ao encontro de tantos outros jovens que não
puderam estar presentes na JMJ.
Na manhã do dia 20, todos os jovens da Família Salesiana (aproximadamente 8
mil) se encontraram numa escola na periferia de Madri e juntos caminhamos
aproximadamente duas horas para chegarmos a Cuatro Vientos e, mais uma hora para
encontrar nosso local de permanência, onde devíamos montar nossas barracas e
acampar. O calor era tão intenso que nos faltou água e pique ao ponto de alguns
membros ficarem pelo caminho, desmaiados, desidratados. Abro um paralelo para
falar que essa caminhada nos fez lembrar o caminho de Cristo ao Monte Calvário e
todo sofrimento que agüentou nosso Senhor pelos nossos pecados. Aquilo era um
deserto total, agora ocupado por quase dois milhões de jovens, segundo um jornal
local. Depois de encontrar nosso canto alguns membros da equipe foram atrás dos
que tinham se perdido e dos outros que ficaram para ajudar os que haviam passado
mal. Depois de uma tarde ensolarada (45º) e pouco líquido, os carros de
bombeiros começaram a jogar água nos peregrinos, o que fez parecer a festa de
São Cosme e Damião, quando moradores jogam bombons para os curumins. Nunca tinha
ficado tão contente em me molhar com os poucos respingos de água.
À noite decidi dar uma volta pelo aeroporto e na volta encontrei nosso grupo
iniciando a lectio divina conduzida pelo Pe. Chicão. No momento da lectio onde
devíamos pensar no gesto concreto, só me veio o desejo de me aproximar do Papa e
entregar aos pés do Santíssimo Sacramento a minha Paróquia, todos os movimentos
e os paroquianos que estavam rezando por nos. Ao finalizar a leitura orante me
“embestei” atrás de algum peregrino para viver mais uma loucura: a de chegar o
mais próximo possível do Papa. Saímos nesta missão quase que impossível com a
credencial, andando pelo setor que nos era permitido, em seguida conseguimos
driblar os voluntários até a grade de proteção que separava o povo da área vip
que estava vazia por motivos de segurança. Dali podíamos ver o Pontífice e todos
os cardeais no palco.
Muito emocionado, celebrando com outros jovens a vigília, eu, de modo
particular, com as minhas orações tinha o desejo de chegar mais perto do palco
montado. Até que o Senhor nos revelou que ali não era o nosso lugar. O guarda
recebeu uma chamada pelo rádio e logo em seguida abriu a grade que separava-nos
da área vip, pronunciando aquelas palavras santas: “Entrem, mas em fila!”. Era
Deus falando. Saí “feito um doido” junto com os outros guerreiros, parecendo
“cachorro preso há muito tempo e que acaba de quebrar suas correntes e sai livre
pela rua”, quando de repente um policial me deu um escorão que me fez entrar na
fila. Na verdade, nem senti nada, somente as lágrimas caíndo no rosto, pois o
local que me foi reservado era na primeira fila da área vip. O que me separava
do Papa eram apenas os guardas.
Foi lá que eu tive um encontro pessoal com Deus, na hora em que, do meio do
palco, apareceu Jesus presente na hóstia consagrada num ostensório mais lindo
que já vi. Já havia caído uma tempestade com ventos fortes que me fazia tremer o
corpo todo. Ajoelhei-me e me veio na lembrança todas as “profecias” vindas de
meu pároco de que eu iria sofrer, e todo o sofrimento vivido seria pelos meus
amigos, familiares. Era hora de consagrar meus irmãos que ficaram no Brasil.
Chorei feito condenado pedindo a Deus pelas nossas propostas paroquiais,
objetivo da minha ida a Madri e pelo discernimento de minha vida... Era o meu
encontro com o Ressuscitado. Após a vigília voltei ao acampamento extasiado onde
estava o grupo arrumando a bagunça feita pela chuva torrencial, disposto a
dormir no chão coberto de lona e algumas bandeiras, incluindo a da PJ, uma vez
que eu havia perdido meu saco de dormir.
Cedo já estávamos acordados comendo algumas frutas e sanduíches com sucos do
kit que cada peregrino recebeu na chegada. Depois de recuperar as forças, fomos
nos preparar para a Celebração de encerramento presidida pelo Papa Bento. A
missa teve início às 10 horas da manhã com os gritos eufóricos “Esta és la
juvientud del Papa” dos peregrinos clamando pelo nosso líder maior. “Benedicto”,
(Bento em espanhol) como era chamado pelos jovens nos falou sobre o evangelho do
dia e motivou os jovens a viverem sua missionariedade e a grande necessidade do
encontro com os outros. O momento mais esperado aconteceu quando o Santo Padre
anunciou ao mundo que o Rio de Janeiro seria a sede da próxima JMJ. O local onde
estávamos era o corredor da imprensa que cobria o evento. Então, nós éramos seis
pessoas com a bandeira do Brasil diante de italianos, espanhóis e algumas outras
nações, contudo, acabamos roubando toda a cena. A imprensa local e internacional
nos procuravam feitos loucos, pedindo para que déssemos entrevistas e filmando
nossa euforia... Agora éramos nós, o centro das atenções devido às tantas vezes
que tivemos que arranhar o idioma espanhol. Demos uma entrevista para a Rede
Globo e até gritávamos coletivamente para a imprensa americana: “see you in
Brazil”.
Ufa! Marcou para mim o encontro pessoal que tive com Deus através daqueles
jovens que não estão preocupados onde vão dormir ou tomar banho e se alimentar,
nem com distinção de cor e raça. Nós, peregrinos, criamos uma linguagem
universal que só a Jornada Mundial da Juventude pode proporcionar: a
solidariedade, a partilha e o de se esforçar para compreender o próximo onde
quer que ele se encontre, bastando para isso só você o acolha de braços abertos.
Que as palavras do Papa Bento XVI possam despertar em nós o desejo de mudança e
de transformação desta geração que clama por atenção e zelo, afinal de contas,
está em nossas mãos o futuro da Igreja que tem a missão de mostrar a “grandeza
da vocação divina de todo o ser humano”.
“Continuem firmes na fé, agradeço por terem vindo a esta Jornada Mundial,
repleta de graça e emoção, carregada de dinamismo e esperança. Sim, a festa da
fé que compartilhamos permite-nos olhar em frente com muita confiança na
Providência, que guia a Igreja pelos mares da história; por isso permanece jovem
e cheia de vitalidade, mesmo enfrentando árduas situações. Isto é obra do
Espírito Santo que torna presente Jesus Cristo nos corações de jovens de cada
época e, deste modo, lhe mostra a grandeza da vocação divina de todo o ser
humano” (Bento XVI, discurso de Encerramento da JMJ 2011).
Nunca é Tarde
Já me falta o ar ,
Respiro o gosto da ambição
Esquecemos que somos uma criação
Hoje somos os Senhores da destruição
Não sei se eu tenho direito de amanhecer
Não sei se o futuro vai existir
Copenhague e Kioto não fazem sentido
Se o sentido da vida não é o primeiro artigo
Maria, é teu povo quem roga por ti
Toda a criação suplica tua proteção
pois não é tarde, jamais
Nunca é tarde pra quem quer mudar
Lágrimas vêm quando o povo
Correndo do mar que chega a destruir
E o frio das geleiras que estão soltas
é como os homens que só pensam em lucrar
Não sei se eu tenho direito de amanhecer
Não sei se o futuro vai existir
Copenhague e Kioto não fazem sentido
Se o sentido da vida não é o primeiro artigo
(Melhor música/banda e Quarto Lugar no Festival de Música Mariana - CMM 2011)
Respiro o gosto da ambição
Esquecemos que somos uma criação
Hoje somos os Senhores da destruição
Não sei se eu tenho direito de amanhecer
Não sei se o futuro vai existir
Copenhague e Kioto não fazem sentido
Se o sentido da vida não é o primeiro artigo
Maria, é teu povo quem roga por ti
Toda a criação suplica tua proteção
pois não é tarde, jamais
Nunca é tarde pra quem quer mudar
Lágrimas vêm quando o povo
Correndo do mar que chega a destruir
E o frio das geleiras que estão soltas
é como os homens que só pensam em lucrar
Não sei se eu tenho direito de amanhecer
Não sei se o futuro vai existir
Copenhague e Kioto não fazem sentido
Se o sentido da vida não é o primeiro artigo
(Melhor música/banda e Quarto Lugar no Festival de Música Mariana - CMM 2011)
Sujeitos Invisíveis
Mãe, teu povo anda sem amor
Amor que outrora o Cristo mostrou
Somos filhos que sofrem o descaso social
De uma vida utópica que norteia o esperar
Os rostos sofridos que esperam por nós
São sujeitos invisíveis, num paradoxo de dor
É um mundo injusto da incerteza
Acreditamos nos direitos defendidos por nós
Todos juntos num só ideal
É pela vida, Mãe, que iremos lutar
Não importa, o que preciso for
Dinheiro algum comprará meu valor
Vós sois Maria, a tutora do Amor
A noite em claro de um jovem pedinte
Que no sinal dá sinal da dura exclusão
Enquanto há tantos esbanjando riquezas
Nosso povo está vivendo uma desilusão
Nossa culpa oculta produz corrupção
De um grito inocente, quem sabe indecente
Do jovem menino que a rua criou
É mais uma vida que o crime dizimou
Todos juntos num só ideal
É pela vida, Mãe, que iremos lutar
Não importa, o que preciso for
Dinheiro algum comprará meu valor
Salve Rainha, a tutora do Amor
(Primeiro lugar e Melhor Mensagem no Festival de Música Mariana 2011 - CMM)
Amor que outrora o Cristo mostrou
Somos filhos que sofrem o descaso social
De uma vida utópica que norteia o esperar
Os rostos sofridos que esperam por nós
São sujeitos invisíveis, num paradoxo de dor
É um mundo injusto da incerteza
Acreditamos nos direitos defendidos por nós
Todos juntos num só ideal
É pela vida, Mãe, que iremos lutar
Não importa, o que preciso for
Dinheiro algum comprará meu valor
Vós sois Maria, a tutora do Amor
A noite em claro de um jovem pedinte
Que no sinal dá sinal da dura exclusão
Enquanto há tantos esbanjando riquezas
Nosso povo está vivendo uma desilusão
Nossa culpa oculta produz corrupção
De um grito inocente, quem sabe indecente
Do jovem menino que a rua criou
É mais uma vida que o crime dizimou
Todos juntos num só ideal
É pela vida, Mãe, que iremos lutar
Não importa, o que preciso for
Dinheiro algum comprará meu valor
Salve Rainha, a tutora do Amor
(Primeiro lugar e Melhor Mensagem no Festival de Música Mariana 2011 - CMM)
Maria, nossa essência vital
A cada ser, um valor especial
A cada criança um milagre da criação
Foi assim que Maria olhou para Jesus
Mas os homens o condenaram pregando-o na cruz
Nos olhos um anseio incessante por um mundo melhor
Onde a paz e a ternura habite entre nós
Que o respeito ao ser semelhante a Deus
Resplandeça em uma só voz
Duas opções você sempre vai ter
Nossa Senhora num sim acolheu
A vida daquele que um dia morreu por amor
Minha Mãe, o sentido de tudo se foi
O presente do Pai vem perdendo o valor
A vida é uma flor, um sopro de Deus,
Ninguém nunca a destruirá
Na escuridão, somos luzes, somos cristãos
À espera de dias que surjam o afeto no concepção
Que suscite o ammor nos corações de nossa nação
Que a cultura de morte não seja a resposta, a solução
Cremos na presença real de Maria e sua fé
Em seus olhos sinceros podemos, todos, ver
Um futuro nascendo mais humano e leal
Vendo a essência vital florescer
(Banda Expressão Jovem - Prêmio de melhor conjunto musical no Festival de Música Mariana CMM)
A cada criança um milagre da criação
Foi assim que Maria olhou para Jesus
Mas os homens o condenaram pregando-o na cruz
Nos olhos um anseio incessante por um mundo melhor
Onde a paz e a ternura habite entre nós
Que o respeito ao ser semelhante a Deus
Resplandeça em uma só voz
Duas opções você sempre vai ter
Nossa Senhora num sim acolheu
A vida daquele que um dia morreu por amor
Minha Mãe, o sentido de tudo se foi
O presente do Pai vem perdendo o valor
A vida é uma flor, um sopro de Deus,
Ninguém nunca a destruirá
Na escuridão, somos luzes, somos cristãos
À espera de dias que surjam o afeto no concepção
Que suscite o ammor nos corações de nossa nação
Que a cultura de morte não seja a resposta, a solução
Cremos na presença real de Maria e sua fé
Em seus olhos sinceros podemos, todos, ver
Um futuro nascendo mais humano e leal
Vendo a essência vital florescer
(Banda Expressão Jovem - Prêmio de melhor conjunto musical no Festival de Música Mariana CMM)
Cegueira...
Uma obra forte, de impactos extremos por abordar um tema delicado e presente em nossa sociedade. A cegueira é discutida, não apenas no estado físico, mas na dimensão política, social, econômica e espiritual.
Iniciamente, a cegueira física é a mais evidente, que surge através de uma epidemia com sintomas inexplicáveis, que atinge a um grupo de pessoas. Uma cegueira traz a outra até se chegar ao estado de "barbárie". Em nossa sociedade somo impulsionados voluntária e involuntáriamente a nos portar como cegos. Nossa cultura valoriza os desejos, os sonhos, projetos de vida, interesses que tantos nos levam ao trabalho coletivo e integrado quanto para o individualismo.
Dia após dia inferiorizamos classes populares, raças, opções sexuais, culturas, tudo para preservar o poderio que, de forma obstinada, punimos a quem ousar destruir. Vivemos forte tendência ao machismo e ao mimetismo. Em determinados momentos, andamos com que cegos atrás de ideologias que acreditamos ser verdadeiras, ignorando a visão coletiva, da necessidade do próximo que também poderá ser a nossa. Não vemos esperança nos sonhos de vida social, igualitária e justa, o que muitas vezes condicona pessoas com visões holísticas natas a uma carga muito pesado e sofrido e que, determinadamente, clama sua voz no desero ou na cegueira voluntaria e optativa da massa alienada.
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
INTOLERÂNCIA
É nesta paz armada que se acredita construir por aí a cultura do amor
Nosso reino aqui, povos todos, sofrem vendo o brilho do Sol se apagar
O que faz pensar que o homem é deus? E justificar toda intolerância
Ódio nos olhos, sangue nas mãos, ditando leis de humanização
Jesus, ensina o povo a amar
Jesus, dai força e coragem pra continuar
Esperançar e transformar nosso amanhã
Civilização ou progresso, que o distanciam dos planos de Deus
Não mais agradecem o pão da manhã. O pão que de argila sacia
A fome dos que vêem sua vida tomada de dor
E o homem mergulha na ambição, esquecendo do amor ao irmão e a Deus
(Banda Expressão Jovem, Prêmio de melhor música no Festival de Música Cristã - Cristo Rei 2010 e Terceiro Lugar no Festival do Cristo Operário)
"Esta foi uma das mais bonitas reflexões que fiz de uma praga em nossa sociedade que vem destruindo nossa dignidade humana. Nós, seres pensantes, somos sujeitos que transbordam intolerâncias, ambições, que reduzem o outro, o diferente a pó. Temos crenças, valores morais, ciência e arrogância que nos impede de enxergar ou ao menos ter alteridade, a capacidade de nos colocar no lugar do outro para que nosso orgulho não sinta ferido. Mas em volta de nós possuem pessoas que esperam atitudes diferentes, valores humanos e não apenas dogmáticos. Ninguém é mais simpático, afetivo, empático e espontâneo, justamente para não se sentir um oportunista ou qualquer outro adjetivo negativo. Aprendamos que o outro não é nosso maior inimigo, todavia nossas demagogia frias nas relações é que nos destróem." (Jean Suwa)
Nosso reino aqui, povos todos, sofrem vendo o brilho do Sol se apagar
O que faz pensar que o homem é deus? E justificar toda intolerância
Ódio nos olhos, sangue nas mãos, ditando leis de humanização
Jesus, ensina o povo a amar
Jesus, dai força e coragem pra continuar
Esperançar e transformar nosso amanhã
Civilização ou progresso, que o distanciam dos planos de Deus
Não mais agradecem o pão da manhã. O pão que de argila sacia
A fome dos que vêem sua vida tomada de dor
E o homem mergulha na ambição, esquecendo do amor ao irmão e a Deus
(Banda Expressão Jovem, Prêmio de melhor música no Festival de Música Cristã - Cristo Rei 2010 e Terceiro Lugar no Festival do Cristo Operário)
"Esta foi uma das mais bonitas reflexões que fiz de uma praga em nossa sociedade que vem destruindo nossa dignidade humana. Nós, seres pensantes, somos sujeitos que transbordam intolerâncias, ambições, que reduzem o outro, o diferente a pó. Temos crenças, valores morais, ciência e arrogância que nos impede de enxergar ou ao menos ter alteridade, a capacidade de nos colocar no lugar do outro para que nosso orgulho não sinta ferido. Mas em volta de nós possuem pessoas que esperam atitudes diferentes, valores humanos e não apenas dogmáticos. Ninguém é mais simpático, afetivo, empático e espontâneo, justamente para não se sentir um oportunista ou qualquer outro adjetivo negativo. Aprendamos que o outro não é nosso maior inimigo, todavia nossas demagogia frias nas relações é que nos destróem." (Jean Suwa)
Sonhos em Palhas
São sonhos
tecidos em palhas
De águas e
lágrimas, vindas dos rios
Que cortam as
nossas matas
Terra da
fauna e flora
Dos
ribeirinhos, caboclos,
Dos negros e
índios
Ganhando a
vida comungando por um dia melhor
Semente, urucum, seringueira
Prepara a fogueira, pro meu povo
arrodiar
Maloca,
quero tapioca e um pouco de vinho
De açaí,
para celebrar
São sonhos
tecidos em palhas
De águas e
lágrimas, vindas dos rios
Que cortam as
nossas matas
Terra da
fauna e flora
Dos
ribeirinhos, caboclos
Semente, urucum, seringueira
Prepara a fogueira, pro meu povo
arrodiar
Maloca,
quero tapioca e um pouco de vinho
De açaí,
para celebrar
(Prêmio de Melhor Letra no II Festival Amazonas de Música 2012, na voz de Daniela Nascimento)
A INCLUSÃO EM DISCUSSÃO
Em nossa sociedade é comum pensarmos em meios de
relações interpessoais que contemplem os direitos e deveres de todos. Pensar
coletivo é mais que uma exigência, mas uma necessidade de humanizar mais tais
relações e que naturalmente não precisaria sequer de uma lei para garanti-la.
No país, atualmente se discute a inclusão de pessoas com necessidades especiais
em escolas de ensino regular, que é garantido por lei, porém encontra diversos
entraves para o seu cumprimento, uma vez que várias situações não foram
discutidas para a implantação desta lei.
O fato de as crianças, os jovens e adultos portadores
de uma necessidade especial precisar de um acompanhamento especializado na
escola abre a seguinte discussão: De que forma o governo investiu para
cumprimento desta lei? Reformou as estruturas físicas das escolas existentes?
Ofereceu capacitação especializada para os professores da rede pública? O
material didático contempla cada necessidade do aluno atendido? E o que pensa a
família dos alunos com necessidades? E a quantidade de professores em sala
ajuda no atendimento? Como esse professor consegue atender aos alunos sem
necessidades específicas e aos alunos com necessidades que exige um pouco mais
de tempo? E quantidade de alunos em sala de aula favorece esse acompanhamento?
São tantas perguntas e se levantar que faz com que as
opiniões se dividam no que se refere na aceitação desta lei. Há quem concorde
que o melhor seria construir escolas específicas.
Não importa a necessidade, mas o modo em que iremos
trabalhar com ela e ajudar as pessoas que não tem culpa de suas dificuldade e
que precisam de pessoas conscientes de suas responsabilidades sociais e
devolverem aquilo que é de direito, não por lei, mas por dignidade humana e que
se lute mais pelos direitos daqueles que já são dizimados por uma deficiência
ou por uma necessidade especial.
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